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PB Saúde Cast: saiba mais sobre síndrome do ovário policístico, endometriose e saúde ginecológica

publicado: 24/07/2025 10h00, última modificação: 25/07/2025 16h56

O PB Saúde Cast, podcast oficial da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde, lançou nesta quinta-feira (24) um novo episódio dedicado à saúde ginecológica. O tema, que tem gerado bastante debate nas redes sociais e na internet, aborda a síndrome do ovário policístico (SOP) e a endometriose, condições que afetam a vida de inúmeras mulheres na Paraíba, no Brasil e no mundo. Para desmistificar o assunto e fornecer informações de qualidade, o episódio contou com a participação da médica Maynara Trindade, que atua no setor de ginecologia e obstetrícia do Hospital Regional de Guarabira, uma das unidades gerenciadas pela Fundação.

Maynara, que é mestre em Ciências da Saúde, especialista em Saúde da Família, e especializanda em ultrassonografia em ginecologia, obstetrícia e medicina interna,, enfatizou a importância de abordar a saúde ginecológica de forma acessível e sem tabus. "Quando a saúde ginecológica é tratada, é conversada com naturalidade, a mulher tende a procurar mais rápido uma ajuda médica. Mitos, tabus podem gerar atraso em diagnósticos", alertou a médica, destacando que o silêncio e a vergonha em discutir temas como relação sexual, corrimento, doenças sexualmente transmissíveis e irregularidade menstrual podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento.

Sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP), a especialista detalhou os sinais de alerta e o processo de diagnóstico e tratamento. "Para que a gente possa suspeitar da síndrome do ovário policístico, tem alguns sinais clínicos e até laboratoriais. Na ultrassom também pode ser vista", explicou. Ela mencionou a irregularidade menstrual (ciclos muito longos ou ausência de menstruação), aumento de peso, obesidade, pele oleosa, acne, queda de cabelo e pelos em locais incomuns na mulher como indicadores. "Outro indicativo também é a dificuldade de engravidar, porque essa síndrome gera ciclos anovulatórios", completou, ressaltando que muitos desses sintomas podem ser subestimados ou não associados à condição.

A endometriose, outro tema central do episódio, é frequentemente diagnosticada tardiamente, com a literatura apontando um atraso de cerca de sete anos. A médica explicou que isso ocorre porque "muitas vezes a mulher subestima os seus sintomas ou acha normal sentir dor no ciclo menstrual, sentir dor na relação". A dor intensa e incapacitante é o principal indicador da endometriose, que consiste no tecido do útero (endométrio) presente fora do útero. "Dor na relação sexual, uma dor profunda, dor pélvica crônica, dor às vezes ao defecar ou ao urinar. Então tudo isso vai gerar indicadores para pesquisar a doença", afirmou, reforçando que "muita gente acha que é normal sentir dor, sendo que não é normal".

Os tratamentos para SOP e endometriose são individualizados e, em ambos os casos, a mudança no estilo de vida desempenha um papel fundamental. "Só o fato da mulher emagrecer pelo menos 5% do seu peso, ela já consegue ovular, na síndrome do ovário policístico, por exemplo", exemplificou Maynara. A adoção de uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas regulares são as primeiras recomendações. "É o principal, o primeiro. A primeira coisa que a gente combina é: vamos mudar o estilo de vida. O que você pode fazer para melhorar? Porque só isso aí já pode dar uma melhoria nos seus sintomas, drasticamente", frisou.

Conviver com essas doenças é um desafio, mas a médica enfatizou que o acompanhamento profissional e o tratamento adequado são cruciais para a qualidade de vida. "São doenças que existem controle, então a mulher não precisa conviver com esse sofrimento", disse. Embora não haja cura para a endometriose, o tratamento visa controlar os sintomas. "Quando começa um tratamento, a vela apaga. Mas a vela não deixa de existir. Ela está lá. Conforme ela suspende aquele tratamento, ela volta a acender e os sintomas a aumentar", comparou a médica, finalizando com a mensagem de que as mulheres devem sempre buscar o seu bem-estar e não desistir.

Sobre o PB Saúde Cast - O PB Saúde Cast é distribuído semanalmente, por temporada, no canal do YouTube da PB Saúde, no Spotify, no Apple Podcasts e no Amazon Music. A cada episódio, profissionais que atuam em unidades e serviços de saúde públicos do estado da Paraíba, conversam sobre temas relevantes na área de saúde, orientando a população sobre os serviços oferecidos pelo SUS no estado e também sobre dicas para melhoria na saúde e na qualidade de vida. 

O episódio foi dirigido por Felipe Miranda; apresentado por Diogo Almeida, assessor de imprensa da PB Saúde; com direção e edição de vídeo por Jackson Diniz; produção por Mary Jéssica; e identidade visual por Alice Pereira. O PB Saúde Cast é gravado na sede da PB Saúde, em João Pessoa.