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Proteção que salva vidas: HRG inicia aplicação de Palivizumabe para proteger bebês contra infecções respiratórias

publicado: 25/02/2025 16h22, última modificação: 26/02/2025 11h03

O Hospital Regional de Guarabira (HRG), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde iniciaram nesta terça-feira (25) a aplicação do Palivizumabe, medicamento que previne complicações graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em bebês prematuros e crianças com comorbidades. A ação, que segue até junho deste ano, beneficia famílias de toda a Segunda Regional de Saúde, eliminando a necessidade de deslocamento para grandes centros e garantindo acesso seguro a um tratamento que reduz hospitalizações e salva vidas.

De acordo com Flávio Augusto Lyra Tavares de Melo, que atua como o pediatra no HRG e é responsável técnico pelo projeto, o VSR é a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em crianças menores de 2 anos, podendo evoluir para quadros críticos em prematuros ou pacientes com doenças cardíacas e pulmonares. O pediatra explicou que o Palivizumabe, um anticorpo monoclonal, atua bloqueando a replicação do vírus, diminuindo em até 55% o risco de internações e complicações.

Ele reforçou a importância do período de aplicação, que deve ser iniciado no mês de fevereiro, antes do período de sazonalidade. "De março até julho há pico na circulação do VSR, o que chamamos de sazonalidade. Por isso, a imunização mensal é crucial para evitar casos graves. Além da vacina, vamos acompanhar o desenvolvimento respiratório e cardíaco dessas crianças, integrando prevenção e tratamento", explicou.

 

 A imunização é direcionada a dois grupos prioritários: prematuros nascidos com até 32 semanas de gestação (e com menos de 1 ano de idade) e crianças de até 2 anos com displasia broncopulmonar ou cardiopatias congênitas que afetam a circulação sanguínea. Segundo Rosicler Pinheiro, diretora do HRG, a iniciativa reflete o compromisso do hospital com a saúde infantil. "Garantir o Palivizumabe aqui na nossa região é um avanço que traz alívio às famílias, que antes enfrentavam longas viagens para proteger seus filhos", destacou.

A enfermeira Aniele Bandeira, integrante da Rede Cuidar e responsável pela busca ativa de crianças cardiopatas e prematuras na Sala do Coração do HRG, explica que as doses serão aplicadas mensalmente, com agendamento prévio. "As famílias de cardiopatas são nossa prioridade, e essa vacinação significa não apenas proteção, mas também comodidade e acompanhamento contínuo. Ainda enfrentamos desafios para identificar prematuros abaixo de 32 semanas, mas já temos projetos em andamento para melhorar essa identificação", afirmou. Ela ressaltou ainda que todas as crianças imunizadas terão monitoramento regular com a equipe multidisciplinar do hospital.

Deyse Lucena, mãe de Luiz Miguel, de 4 meses e 25 dias, compartilhou sua experiência com a vacinação no HRG. "Essa oportunidade foi maravilhosa para a gente. Eu estou muito feliz em poder fazer essa vacina tão importante para os nossos pequenos aqui bem perto de casa. Saber que ele está protegido sem precisarmos viajar é um alívio enorme", disse Deyse.

A logística do HRG inclui capacitação da equipe de vacinação para garantir segurança no procedimento. As famílias atendidas são encaminhadas pela Rede Cuidar, que realiza o Teste do Coraçãozinho e monitora crianças com cardiopatias. Para Rosicler Pinheiro, a iniciativa consolida o HRG como referência em saúde pública: "Somos um hospital que não apenas trata, mas previne. Cada dose aplicada aqui representa um futuro mais saudável para nossas crianças".

Sobre o HRG:

Referência para 22 municípios da Paraíba, o Hospital Regional de Guarabira destaca-se por projetos como a Sala do Coração, que oferece diagnóstico e tratamento especializado para cardiopatias congênitas. A instituição integra a Rede Estadual de Saúde e mantém parcerias estratégicas para ampliar o acesso a tecnologias e medicamentos de alto impacto.