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Hospital Regional de Guarabira já realizou mais de 1,6 mil testes da orelhinha e da linguinha este ano

publicado: 27/08/2024 17h13, última modificação: 27/08/2024 17h13

Buscando oferecer uma assistência de qualidade aos bebês que nascem na Maternidade do Hospital Regional de Guarabira (HRG), a unidade da rede estadual e gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) conta com o trabalho de uma equipe multiprofissional. Entre os cuidados oferecidos aos bebês e suas mães, está o atendimento de fonoaudiologia, direcionado às triagens neonatais como os testes da orelhinha e da linguinha.

No período de janeiro até julho de 2024, o serviço registrou 1.602 testes da orelhinha e a mesma quantidade de testes da linguinha. Ambos são assegurados por lei, que obriga a realização desses exames nas maternidades desde os anos de 2010 e 2014, respectivamente.

De acordo com Tatiana Aires, fonoaudióloga que atua na Maternidade do HRG, o teste da orelhinha é o exame que constata problemas auditivos nos recém-nascidos. Segundo a profissional, é um exame simples e indolor, que utiliza um aparelho de emissões otoacústicas e pode ser realizado enquanto o bebê está dormindo, sem gerar qualquer desconforto ao recém-nascido.

“É colocado uma minúscula sonda dentro do canal auditivo, onde vai ser emitido estímulos sonoros e captar a resposta das células ciliadas externas da cóclea. Essas células participam da captação e da amplificação do som. Caso o exame detecte a existência de alguma alteração, o bebê é encaminhado para um serviço de diagnóstico, onde são realizados avaliação otorrinolaringológica e exames complementares”, explicou. 

Já o teste da linguinha, conforme destacou a fonoaudióloga, é um exame que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos causados pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas pelo órgão como sugar, engolir, mastigar e falar.

“A linguinha presa tem um impacto negativo para nossos bebês, ocasionando dificuldade na amamentação, uma vez que a língua não vai fazer o movimento correto e necessário para extração do leite.  Isso faz com que ele não ganhe peso corretamente, não estimula a produção de leite que está diretamente relacionada com a sucção efetiva do bebê e muitas vezes gera desconforto tanto para mãe quanto para o bebê. O problema pode impactar em outras fases da vida, interferindo na alimentação e na fala das nossas crianças”, afirmou.

Se, após o teste, for detectado a anquiloglossia (linguinha presa), o bebê é encaminhado para o serviço de odontologia da Maternidade, onde será realizada a frenotomia. “Esse procedimento será fundamental para a continuidade da amamentação, evitando o desmame precoce ocasionado pela linguinha presa. Ou seja, é uma parceria fundamental entre a fonoaudiologia e a odontologia”, ressaltou Tatiana Aires. No dia 1 de agosto, o HRG realizou a primeira frenotomia na unidade. Antes da gestão da PB Saúde, os bebês eram encaminhados para um Centro de Especialidades Odontológicas para passarem pelo procedimento.

Além dos testes, a fonoaudiologia atua de diversas formas dentro da Maternidade do HRG. “O fonoaudiólogo é responsável pela estimulação do sistema sensório motor oral e da postura global do bebê durante a alimentação, principalmente nos recém-nascidos prematuros e de alto risco, nos quais a coordenação entre sucção, deglutição e respiração ainda não está eficiente e segura. Muitos bebês precisam usar uma via alternativa de alimentação, como a sonda orogástrica, até que esteja apto a ser amamentado, sem riscos”, enfatizou a coordenadora de Fonoaudiologia do HRG, Maria Rafaela Cruz.

Antes da alta hospitalar, a fonoaudiologia e toda a equipe multiprofissional que atua na Maternidade fornecem as orientações necessárias às mães para a continuidade da amamentação em casa. “Nos colocamos à disposição para que, diante de qualquer dificuldade, retorne ao hospital e procure o fonoaudiólogo e o Banco de Leite para receber todo apoio necessário nesse momento tão importante para a mãe e o bebê. Nessa fase, temos um papel fundamental, como profissionais de saúde, que é promover o aleitamento materno”, concluiu.